Como escolher o antioxidante correto para graxarias
A correta escolha dos aditivos nas Fábricas de Farinhas e Óleos (FFO) é aliada importante na garantia de qualidade e satisfação dos clientes
O correto uso e escolha do antioxidante a ser utilizado dentro das graxarias é fundamental para garantir a qualidade nos produtos destinados à nutrição animal.
A oxidação, ou rancidez oxidativa, causa diversos prejuízos aos ingredientes de origem animal, como a alteração no odor e sabor, a perda de nutrientes como lipídeos e vitaminas lipossolúveis, e a formação de compostos potencialmente tóxicos aos animais.
Este processo acontece de forma autocatalítica e com aceleração crescente, constituindo uma reação que não pode ser interrompida e muito menos reparada. O foco deve estar em retardar o início da reação e diminuir a velocidade oxidativa do produto. Para isso, os aditivos antioxidantes são importantes aliados.
O correto uso e escolha do antioxidante usado nas graxarias são fundamentais para garantir a qualidade nos produtos destinados à nutrição animal.
Antioxidantes para diferentes necessidades
Os compostos antioxidantes são divididos em primários, sinergistas, removedores de oxigênio, biológicos, agentes quelantes e antioxidantes mistos, sendo estas divisões de acordo com sua forma de ação. Os antioxidantes classificados como primários são os mais utilizados na indústria da nutrição animal. Este grupo é composto de moléculas fenólicas que doam átomos de hidrogênio estabilizando os radicais livres já existentes, inibindo a cadeia da oxidação e impedindo o surgimento de novos radicais. Para os ingredientes de origem animal destinados às fábricas de ração, ocorre o uso acentuado dos aditivos:
- Butil-hidroxianisol (BHA) - é um aditivo que foi usado inicialmente em 1947 na conservação de alimentos, e se expandiu para diversos outros setores devido a sua alta eficácia na proteção de gorduras animais e em ácidos graxos de cadeia curta.
- Butil-hidroxitolueno (BHT) - outro composto amplamente utilizado juntamente com o BHA é o BHT, uma derivação sintética da vitamina E que atua de forma sinérgica com o BHA. O seu uso é muito oportuno quando relacionado a produtos que irão passar por processamento térmico, uma vez que o BHT possui capacidade de resistir à extrusão e peletização. Estudos mostram que a adição de BHT em farinha de carne e ossos durante a produção garante um produto isento de peróxidos e de rancidez oxidativa mesmo após 70 dias de armazenamento, demonstrando assim o poder de proteção às gorduras animais.
- Etoxiquim - este é reconhecidamente um dos antioxidantes com maior poder em inibir a rancificação de alimentos. A aplicação deste composto é recomendada após o tratamento térmico do alimento, visto que em temperatura de 150 °C há uma degradação de cerca de 60% das moléculas.
Há também uma tendência no uso de antioxidantes naturais, que vêm ganhando espaço no mercado, principalmente pet food, e lentamente substituindo o uso de sintéticos. A vitamina E e o ácido cítrico já ganham visibilidade, uma vez que demonstram grande capacidade de proteção à rancidez nos alimentos.
Por último, é importante entender que a escolha do antioxidante a ser utilizado deve ser baseada nas características da matéria-prima, no mercado consumidor, nos tipos de matéria-prima e nos desafios no processamento.
Esta matéria foi publicada na edição 75, de maio/junho, da Revista Reciclagem Animal - Graxaria Brasileira
Compartilhe:
Ítalo Ferreira - Zootecnista, mestre em Nutrição e Produção Animal.
Veja mais posts do autor