Desidratação e conforto térmico: qual a interferência no desempenho de frangos de corte no inverno?
Nos dias frios, a temperatura do aviário é um ponto importante que exige manejo adequado. Confira quais os desafios que as aves passam por causa das baixas temperaturas e as medidas para que não haja perda de produtividade ou mesmo do lote.
Com a chegada do inverno, a preocupação do avicultor aumenta em relação aos cuidados com o lote, pois nesta época o clima é normalmente mais úmido, com períodos mais chuvosos e de oscilações de temperatura. Isso reflete diretamente nas condições de ambiência e no bem-estar das aves alojadas. O acompanhamento da temperatura do aviário é importante pois impacta diretamente no comportamento e na alimentação das aves. Confira a seguir porque a mudança climática influencia na produtividade do lote e quais medidas podem ser tomadas para evitar prejuízos ou perdas.
Como o freio interfere no comportamento e temperatura das aves
Nesse período, é possível verificar grandes diferenças de temperaturas em um mesmo dia, a chamada amplitude térmica, que pode chegar a 20 °C de variação dentro do aviário. Essa diferença de temperatura é um ponto importante para o controle da ambiência do galpão, e que exige manejo adequado e atento por parte do produtor. Ao ficar muito frio, é preciso aquecer o galpão para não haver danos no desenvolvimento dos animais. Porém, essa variação no ambiente pode ocasionar estresse térmico pelo aumento da temperatura.
As aves são animais homeotérmicos, que possuem a capacidade de autorregular a temperatura corporal. Porém, essa capacidade de autorregulação é limitada. De acordo com a idade das aves, é possível verificar as faixas ótimas para desenvolvimento (tabela 1), pois elas têm habilidade para manter constante a temperatura dos órgãos internos. Entretanto, o mecanismo de homeostase é eficiente somente quando a temperatura ambiente está dentro de certos limites, pois as aves não se ajustam bem aos extremos.
As penas dos frangos possuem alguns mecanismos que auxiliam o sistema de manutenção de temperatura e servem como barreiras para bloqueio do vento permitindo menos perda de calor para o ambiente.
Outro mecanismo que está presente nas aves, é uma rota de contracorrente sanguínea, localizada nos pés desses animais, impedindo que elas percam calor por essas estruturas. Nesse mecanismo, os vasos sanguíneos que levam sangue em direção aos pés são envolvidos por outros vasos que conduzem sangue em sentido contrário, ou seja, em direção ao corpo. Esse sangue absorve o calor e o traz de volta para o corpo, impedindo que haja perda de calor.
Tabela 1. Temperatura ambiente para o conforto térmico na criação de frangos de corte
Importância da ambiência adequada para o desempenho do frango
Estabelecer programas adequados de ambiência proporciona aos animais melhor aproveitamento energético e maior crescimento. Isso porque a ocorrência de desconforto térmico na primeira semana de vida das aves, implicará de maneira marcante na redução do peso corporal e pior conversão alimentar até a fase de abate, pois o desenvolvimento inicial do pintinho é fundamental para melhor desempenho do frango de corte até ao final do ciclo de produção (TEIXEIRA et al., 2009).
Como consequência da exposição das aves ao frio, pode ocorrer a síndrome ascítica, que é o acúmulo excessivo de líquidos na cavidade abdominal relacionada com a lesão hepática, e da morte súbita. Essa condição acontece pelo aumento da taxa metabólica e da demanda de oxigênio que os animais apresentam nessas condições, e que levam a tais surtos.
Durante o inverno, também aumenta o consumo de alimentos. A ave precisa que a alimentação fornecida seja suficiente para manter o calor e continuar a crescer, chamado de incremento calórico da dieta. Outro cuidado importante durante o período de maior frio, diz respeito a temperatura da água, que deve estar entre 15 e 20 °C, caso contrário, haverá uma diminuição da ingestão do líquido.
Como o conforto térmico auxilia no sistema imunológico dos frangos
O estresse térmico causa grande prejuízo na avicultura comercial, elevando os custos da produção com equipamentos e instalações. Além de proporcionar maior ocorrência de patologias devido à queda da imunidade pode ocasionar, também, alta mortalidade. Por isso, é tão importante que seja fornecido aos animais produtos que auxiliem o sistema imunológico, como por exemplo, ácidos orgânicos. Estes aditivos melhoram a condição microbiológica do trato gastrointestinal e facilitam o desenvolvimento dos animais por reduzirem a carga de microrganismos patogênicos.
Uma alternativa para garantir que a nutrição das aves ocorra de forma satisfatória é a utilização de um aditivo tecnológico que promova um equilíbrio na microbiota intestinal das aves. O acidificante H2Acid Oil é uma combinação sinérgica de ácidos orgânicos e óleos essenciais, adicionado a água de bebida, que proporciona redução do pH estomacal, auxiliando na produção de peptidases e melhorando a digestão das proteínas. Além disso, os ácidos orgânicos presentes na formulação ajudam a manter a acidificação no trato gastrointestinal, diminuindo os riscos de contaminação no animal.
Nesta época de inverno é preciso manter os cuidados com o manejo, biossegurança e sanidade da granja. Investir na imunidade das aves, ficar de olho nos resultados do lote e buscar a orientação de profissionais especializados são medidas importantes para quem quer garantir uma produção regular adequada mesmo na época de frio.
Além dos cuidados com o clima frio é importante estar atento a entrada de patógenos no lote. Saiba o que fazer quando a salmonella se torna uma realidade no plantel.
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Caroline Facchi - Engenheira Agrônoma, especialista em fábrica de ração. Mestre em Sanidade e Produção Animal e doutoranda em Ciência Animal, na linha de nutrição de monogástricos. Pesquisadora na área de Pesquisa & Desenvolvimento e Gerente de Produto da BTA Aditivos.
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