Procedimentos essenciais para combater patógenos em equipamentos e instalações de produção de aves
Como um bom programa de biosseguridade, aliado aos procedimentos e produtos adequados para a higienização das instalações, pode garantir melhores resultados na produção de aves.
Com a elevada demanda no setor avícola brasileiro, os produtores e integradoras precisam atender a legislação vigente, definida pelo MAPA, e investir cada vez mais em estruturas de prevenção e programas de biosseguridade, aplicando-se em toda cadeia. Assim, garante-se a redução dos riscos de contaminação, melhorando a produtividade e gerando maior rentabilidade para os produtores e indústria.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 348,4 mil toneladas em fevereiro. O número é 10% superior aos embarques efetivados no segundo mês do ano passado, quando foram exportadas 316,7 mil toneladas. Já as exportações no segundo mês de 2020, promoveram uma receita de US$ 553,8 milhões. O resultado é 5,2% maior em relação ao mesmo período de 2019.
Somando os dados dos dois primeiros meses, o volume embarcado alcançou 672,2 mil toneladas. Isso representa 12,3% a mais em relação ao efetivado no primeiro bimestre de 2019, com 598,4 mil toneladas. Observando esses números em receita, a alta chegou a 10,5%, com US$ 1,082 bilhão em 2020, contra US$ 980,4 milhões no ano passado.
Programa de higienização para combate a agentes infecciosos
Um programa de higienização bem concebido é primordial para evitar a entrada e disseminação de agentes infecciosos nas áreas de produção animal e tem como objetivo diminuir a pressão contaminante no ambiente. Neste sentido, destacam-se as etapas que compõe a higienização, limpeza e desinfecção.
Procedimentos no início da higienização
O momento da higienização da instalação e equipamentos na produção de aves será realizado nos intervalos entre os lotes. Após a retirada do lote é preciso adotar os seguintes procedimentos:
- Conforme orientação de um profissional técnico, fazer a queima das penas restantes na cama com uso de equipamento específico;
- Enleiramento da cama no centro do aviário na altura máxima de um metro ou cobrir a cama por completo no aviário, fechando bem as laterais, impedindo a entrada de ar para promover a fermentação;
- Neste processo, a fermentação elevará a temperatura da cama eliminando os microrganismos presentes;
- Recomenda-se somente reutilizar a cama se não houver contaminações por agentes infecciosos no plantel anteriormente.
Foto 1) Processo de queima das penas - Foto: apoderozamaquinas.com.br
Foto 2) Fermentação em leira no centro do aviário - Foto: Laurimar Fiorentin (FIORENTIN, 2006)
Foto 3) Cobertura com lona, fermentação plana - Foto: Laurimar Fiorentin (FIORENTIN, 2006)
A limpeza objetiva reduzir a carga microbiana e minimizar o contato dos animais com excesso de matéria orgânica, a qual potencialmente aumenta o risco da veiculação de agentes patogênicos aos animais (SESTI, 1998), e consiste em duas etapas:
- Limpeza seca: é realizada a retirada de todo material orgânico que ficou no aviário após a remoção da cama, utilizando vassoura e espátula para as crostas maiores e restos de sujidades nos ninhos e remoção dos detritos acumulados nas instalações que auxiliará na segunda etapa do processo.
- Limpeza úmida: deve-se fazer enxágue inicial com água sob pressão em toda a instalação, equipamentos e utensílios, com o objetivo de eliminar a sujidade mais grosseira (sempre do teto para o chão). Em seguida é preciso aplicar o detergente sob forma de espuma em todas as áreas a serem higienizadas, como forro, cortinas, telas muretas, paredes, linha de nipple, linha de comedouros, divisórias, entre outros utensílios. É importante repetir o procedimento se não houver retirado todas as sujidades dos aviários. Deixar o detergente agir, conforme orientação do fabricante e realizar o enxágue.
Cuidados na desinfecção
A desinfecção é um conjunto de medidas empregadas para impedir a penetração e crescimento de germes em um determinado ambiente ou estrutura, tornando-os livres de agentes infectantes, com o uso de substâncias desinfetantes ou outras formas físicas de desinfecção (SPINOSA, 1997).
- A desinfecção só deve ser iniciada após a verificação dos processos de limpeza, pois matérias orgânicas presentes nas instalações prejudicam a ação dos desinfetantes;
- Na etapa de desinfecção, recomenda-se aplicar o produto com o uso de um atomizador, nebulizador ou equipamento semelhante, sempre seguindo a orientação do fabricante e orientação técnica.
Etapas do processo de higienização
Para atingir a eficiência exigida pela cadeia produtiva da agropecuária, a avicultura, suinocultura e bovinocultura de leite têm recebido o apoio da indústria química. Este segmento tem se esmerado muito nos últimos anos, por intermédio da inovação, de pesquisas científicas e do desenvolvimento de processos e procedimentos.
O uso de novas moléculas e formulações na fabricação de detergentes e desinfetantes de última geração, contribuem enormemente para a manutenção da sanidade dos rebanhos, a conquista de bons índices de produtividade e uma incomparável qualidade dos produtos colocados à disposição dos consumidores espalhados pelo mundo inteiro.
Para mais indicações de ações empregadas no campo e que têm resultado em lotes de qualidade, confira também este artigo a respeito de cuidados na instalação de aviários para o bem-estar e segurança das aves.
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Davi Massi - Zootecnista formado pela UFSC.
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