Vamos falar sobre aditivos zootécnicos?
Aditivos zootécnicos são ferramentas de fácil manuseio nas fábricas e granjas e com efeito comprovado nas diversas aplicações. Conheça mais sobre suas funcionalidades.
O uso de aditivos na alimentação animal é um assunto consolidado. Seja para conservação do alimento ou para benefícios no animal, é pouco provável encontrar uma ração que não tenha a adição de pelo menos uma classe desses componentes.
Com o intuito de regularizar o uso e garantir a segurança para os animais, meio ambiente e saúde humana, o MAPA vem publicando algumas Instruções Normativas. A primeira Instrução Normativa sobre aditivos foi publicada em 2004 (IN 13 30/11/2004), e rege especificamente o campo de aplicação de aditivos para alimentação animal, visando a qualidade e segurança para a elaboração de produtos comerciais proporcionando maior produção, desempenho, nutrição e longevidade.
As INs, além de discorrer sobre os procedimentos para registro dos produtos e as maneiras adequadas de modo de uso e aplicações, elas vêm recheadas de informações, definindo a classificação de cada grupo de aditivos. De acordo com a classificação do MAPA, os aditivos são distribuídos em quatro categorias macros:
1.Aditivos tecnológicos: qualquer substância adicionada ao produto destinado à alimentação animal com fins tecnológicos. Nesta categoria de aditivos podem ser citados os seguintes grupos funcionais:
- Adsorventes
- Aglomerantes
- Antiaglomerantes
- Antioxidantes
- Antiumectantes
- Conservantes
- Emulsificantes
- Estabilizantes
- Espessantes
- Gelificantes
- Reguladores da acidez
- Umectantes
2.Aditivos sensoriais: qualquer substância adicionada ao produto para melhorar ou modificar as propriedades organolépticas destes ou as características visuais dos produtos. Nesta categoria de aditivos podem ser citados os seguintes grupos funcionais:
- Corantes e pigmentantes
- Aromatizantes
- Palatabilizante
3.Aditivos nutricionais: toda substância utilizada para manter ou melhorar as propriedades nutricionais do produto. Nesta categoria de aditivos podem ser citados os seguintes grupos funcionais:
- Vitaminas, oligoelementos ou seus compostos (microminerais orgânicos), aminoácidos, seus derivados e análogos
- Ureia e seus derivados
4.Aditivos zootécnicos: toda substância utilizada para influenciar positivamente na melhoria do desempenho dos animais. Nesta categoria de aditivos podem ser citados os seguintes grupos funcionais:
- Digestivos (enzimas)
- Equilibradores da flora intestinal (probióticos, prebióticos e acidificantes)
- Melhoradores de desempenho
Desta categoria de aditivos zootécnicos ainda há uma subdivisão:
Aditivos Digestivos: substância que facilita a digestão dos alimentos ingeridos, atuando sobre determinadas matérias-primas destinadas à fabricação de produtos para a alimentação animal. Como exemplo maior desse grupo, citamos as enzimas que são proteínas ligadas ou não a cofatores, que possuem propriedades catalíticas específicas.
Aditivos Equilibradores da Flora: microrganismos que formam colônias ou outras substâncias definidas quimicamente, que têm um efeito positivo sobre a flora do trato digestório: probióticos e prebióticos.
Aditivos Acidificantes: os ácidos orgânicos ou inorgânicos que reduzem o pH do trato digestório superior, com o objetivo de facilitar a digestão e contribuir para o equilíbrio da microbiota do trato digestório.
Aditivos Melhoradores de Desempenho: substâncias definidas quimicamente que melhoram os parâmetros de produtividade, excluindo-se os antimicrobianos e anticoccidianos, que passaram a registrados como produtos veterinários.
Outros Aditivos Zootécnicos: os aditivos zootécnicos são utilizados na alimentação com o objetivo de aumentar as taxas de crescimento e de sobrevivência, melhorar a saúde do trato gastrintestinal e a eficiência alimentar, poupar energia e reduzir as cargas patogênicas e a produção de dejetos, minimizando o impacto ambiental pela redução da transmissão de patógenos via alimentos (SILVA, 2004), enfim, melhorar o desempenho dos animais (BERTECHINI, 2012).
Quando pensamos em incluir aditivos na dieta, é importante avaliarmos o cenário como um todo. Embora tenham alta eficácia, os aditivos não irão solucionar todo o desafio, se não houver qualidade adequada na dieta e no manejo empregado. Os aditivos devem ser utilizados como um meio para alcançar os resultados esperados, um suporte para que o animal possa expressar todo o potencial genético, através da melhora da disponibilidade dos nutrientes da dieta e maior segurança alimentar, por intermédio da conservação esperada e ausência de microrganismos patogênicos.
Os aditivos zootécnicos são ferramentas de fácil manuseio nas fábricas e granjas e com efeito comprovado nas diversas aplicações e são necessários para auxiliar na manutenção da integridade dos planteis.
Assim como os aditivos zootécnicos, os tecnológicos são excelentes ferramentas para a garantia da saúde dos animais de produção. Entenda neste artigo como é possível gerenciar os impactos na nutrição animal utilizando aditivos tecnológicos.
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Caroline Facchi - Engenheira Agrônoma, especialista em fábrica de ração. Mestre em Sanidade e Produção Animal e doutoranda em Ciência Animal, na linha de nutrição de monogástricos. Pesquisadora na área de Pesquisa & Desenvolvimento e Gerente de Produto da BTA Aditivos.
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